sábado, 6 de dezembro de 2008

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Quem quer ser titular?!
Ou catedrático?!


Se os professores portugueses conhecessem o real significado deste termo, poucos se atreveriam a candidatar-se ao cargo de professor titular ou de catedrático.

(Quase) todos os professores elegíveis dos ensinos básico e secundário se candidataram a professor titular, e muitos conseguiram. Isto porque as regras do jogo definidas pela Ministra da Educação são injustas e estavam viciadas à partida. Mais ainda, instituiram a promiscuidade e o medo com a introdução de uma falsa avaliação pelos pares. Felizmente houve alguns (poucos) corajosos e lúcidos que se recusaram a fazer parte da farsa. A realidade dos países bem sucedidos é o oposto – o titular deixa de ser um lugar permanente, e é o único que é regular e formalmente avaliado porque é o responsável pelo desempenho do seu grupo. Como é tão a favor da avaliação e é chefe, a Ministra da Educação devia dar o exemplo e submeter-se à avaliação. Mas para tal teria que estar disposta a perder de imediato o seu lugar no governo. Isto porque o seu comportamento é incompatível com a Educação e o Ensino, onde a premissa mais básica e fundamental é uma grande vontade de aprender. Mas a Ministra é arrogante, porque acha que não tem nada a aprender com ninguém. Um bom professor é um eterno estudante e almeja que todos os seus alunos o ultrapassem. Assim se faz a evolução.

Na universidade portuguesa, o professor titular (catedrático) ocupa um lugar vitalício, e isento de avaliação e de obrigação de prestação de contas. O catedrático não é sequer responsável pelo dinheiro atribuído ao seu departamento, pelo que não tem que prestar contas da sua má utilização. Como não tem que prestar contas de nada nem a ninguém, esbanja o erário público e promove a endogamia e os amigos de espinha dorsal sempre curva, em detrimento dos competentes e verticais. Em instituições muito bem sucedidas como o ETH-Zürich na Suíça, o full professor (o nosso catedrático) está a contrato de 6 anos, ao fim dos quais passa por uma avaliação individual e rigorosa de 3 dias: administração, ensino e investigação, um dia para cada, perante um júri de elevada exigência. Como consequência óbvia e imediata, o professor titular do ETH-Zürich procura os mais competentes, e faz tudo para que a sua equipa tenha um desempenho excelente. Caso contrário, perde o seu lugar para alguém que seja mais competente e responsável. Portanto, o nosso catedrático é exactamente o oposto do full professor. Por isso mesmo o ETH-Zürich conta 24 prémios Nobel no seu historial, e é considerado o MIT europeu. Sabendo que o actual estatuto de catedrático é nefasto para a universidade portuguesa, o Ministro Mariano Gago devia ter coragem de acabar com o lugar de catedrático e instituir o titular, mas à semelhança do full professor. Mais ainda, devia substitui-los por sangue e cérebro jovem, porque o corpo docente da universidade portuguesa será, dentro de 5-10 anos, um grupo envelhecido e incapaz de, sequer, formar os jovens sucessores.

Como disse Einstein “The problems that exist in the world today cannot be solved by the level of thinking that created them”.

Neste quadro de exigência e excelência, quem quer ser titular?
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2 comentários:

Eduardo Martinho disse...

A comparação entre o ETH e a nossa Universidade mostra bem porque não "funcionamos" (enquanto organização) com profs tão ilustres e polícos tão esclarecidos... Como dizia Eça de Queiroz, "Portugal não é um país, é um sítio, e ainda por cima mal frequentado" (citação de cor).
Um abraço,
Eduardo

Unknown disse...

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